Doença Renal Crônica

Nosso principal objetivo para o paciente portador de doença renal crônica (DRC) é o tratamento preventivo e/ou retardo na progressão dessa doença. Dessa forma, procuramos evitar ou pelo menos retardar o ingresso do paciente em terapia renal substitutiva (hemodiálise ou diálise peritoneal), trazendo assim melhor qualidade de vida individualmente.

     A DRC tem como principais causas a hipertensão arterial e o diabetes mellitus, as quais aumentaram assustadoramente nos últimos anos. Apresenta evolução progressiva, lenta e assintomática, ou seja, o paciente não apresenta sintomas no início dessa enfermidade. A cada ano que passa, a doença evolui para piora gradativa na função dos rins (os rins vão paralisando) sem que o paciente perceba, até que finalmente chega nos estágios terminais onde o tratamento geralmente é a terapia renal substitutiva (hemodiálise ou diálise peritoneal) do paciente acometido, ou até mesmo transplante renal. Quanto mais cedo diagnosticarmos essa doença, melhor será o resultado ou desfecho perante sua prevenção e/ou retardo em sua evolução para o estágio terminal. Hoje ela é considerada a grande epidemia deste milênio. 

Principais causas
Hipertensão Arterial Sistêmica – 35% (no Brasil)

  • Diabetes Mellitus – 30% (no mundo)
  • Glomerulonefrites – 12%
  • Tabagismo (fumantes de longo data)
  • Ingestão crônica de medicamentos (principalmente anti-inflamatórios)
  • Cálculos Renais
  • Infecções urinárias de repetição
  • Outras

    Estágios da doença renal crônica

Divide-se em cinco estágios sendo o terceiro subdividido em estágio 3a e 3b. A depender de cada estágio teremos uma abordagem terapêutica diferente para cada paciente e para cada situação.

  1. Diagnóstico clínico, laboratorial e por imagens

As manifestações clínicas vão desde nenhuma sintomatologia (estágios iniciais da doença) até sintomas de estágios mais avançados como prurido (coceira) pelo corpo, alterações no sono, confusão mental, falta de apetite, fraqueza (anemia), palidez cutânea, desnutrição, dentre outros. O diagnóstico complementar é composto principalmente por uma série de exames laboratoriais (sangue, urina) e por imagens (principalmente a ultrasonografia). 

  1. Tratamento conservador e terapia renal substitutiva 

Tratamento das comorbidades (pex.: hipertensão arterial e diabetes mellitus) é fundamental. De maneira geral, temos que ter controle rigoroso nos níveis de pressão arterial, do diabetes mellitus, abstinência ao tabagismo, parada do uso de medicamentos tóxicos aos rins, cuidados com uso de contrastes iodados, hidratação adequada e correta, mudanças no estilo de vida e reeducação alimentar. Atenção especial se faz necessária aos idosos. O tratamento específico da doença renal crônica fica na dependência do estágio em que ela se encontra no momento da consulta do paciente. De forma bem objetiva temos que diminuir a incidência e progressão da doença renal crônica através de várias medidas associadas, além do uso de fitoterápicos como é o caso do chá verde de qualidade, em concentrações adequadas e efetivas de seu principal princípio ativo (Epigalocatequinca-galato). Esta é a principal catequina do chá verde que possui propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias, imuno-moduladoras, anti-apoptóticas, anti-fibróticas e anti-proteinúricas. Infelizmente, há aqueles casos graves, em estágios muito avançados da doença e que podem apresentar evolução desfavorável, podendo ser necessário terapia renal substitutiva.

 

RReferências

  1. Kidney Disease: Improving Global Outcomes (KDIGO) CKD Work Group. KDIGO 2024 Clinical Practice Guideline for the Evaluation and Management of Chronic Kidney Disease. Kidney Int. 2024 Apr;105(4S):S117-S314. doi: 10.1016/j.kint.2023.10.018. 
  2. Andrassy KM. Comments on 'KDIGO 2012 Clinical Practice Guideline for the Evaluation and Management of Chronic Kidney Disease'. Kidney Int. 2013 Sep;84(3):622-3. doi: 10.1038/ki.2013.243. 
  3. Kanlaya, R.; Thongboonkerd, V. Protective effects of epigallocatechin-3-gallate from green tea in various kidney diseases. Adv. Nutr. 2019, 10, 112–121. doi:10.1093/advances/nmy077.
  4. Irazabal, M.V.; Torres, V.E. Reactive oxygen species and redox signaling in chronic kidney disease. Cells 2020, 9, 1342. doi:10.3390/cells9061342. 
  5. Kanlaya, R.; Thongboonkerd, V. Molecular mechanisms of epigallocatechin-3-gallate for prevention of chronic kidney disease and renal fibrosis: preclinical evidence. Curr. Dev. Nutr. 2019, 3, nzz101. doi:10.1093/cdn/nzz101.